O LÁPIS DA CERTEZA
Entendo o que vejo.
Pouco do que concluo
posso vazar;
temo errar.
A injustiça não pode partir de mim.
Pouco importa a fonte.
Certo de que confundo,
deixo estar,
crio lar
e não me entrego às vertentes.
Se há tempestade
não foi por falta de estio:
a luz unida às trevas,
fazendo tremer os céus
e fragilizando as gentes.
Não era para ser fim,
posto que o começo não acabou.
Andando a esmo é melhor.
Viver no ermo causa
a espera pela estrela,
por não se julgar,
por não se por em mesa.
O homem é de si a própria luz
e a própria treva.
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Este poema compõe o projeto “O tolo, o roto e o homem”.