O LÁPIS DA CERTEZA

Entendo o que vejo.

Pouco do que concluo

posso vazar;

temo errar.

A injustiça não pode partir de mim.

Pouco importa a fonte.

Certo de que confundo,

deixo estar,

crio lar

e não me entrego às vertentes.

Se há tempestade

não foi por falta de estio:

a luz unida às trevas,

fazendo tremer os céus

e fragilizando as gentes.

Não era para ser fim,

posto que o começo não acabou.

Andando a esmo é melhor.

Viver no ermo causa

a espera pela estrela,

por não se julgar,

por não se por em mesa.

O homem é de si a própria luz

e a própria treva.

..... ..... ..... ..... .....

Este poema compõe o projeto “O tolo, o roto e o homem”.

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 07/03/2009
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T1474406
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