Lira dos 17 anos

Metafisicamente falando, sou o que há

a matéria em seu estado perfeito

socialmente - e ironicamente -

sou de uma torpeza incomparável

Vivo na escuridão do subconsciente,

pois lá, sou inatingível

me refugio nas sombras

e minha obscenidade é meu escudo.

Meu vicio?

Teu credo

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Sinto minha mente fervendo

idéias pululam em um ritmo alucinante

mas meu corpo, meu corpo flutua

como a folha morta trazida pelo vento

o mesmo vento que leva o cheiro fúnebre

à casa da família perfeita

algo de mórbido está acontecendo

matéria fria perfura o turbilhão

No fim do arco-íris há um pote de ouro

corram até ele

levem-no daqui

corram até ele

meus deus, como serei belo quando morto

mas a morte finda a dor

e na dor é que nos sentimos vivos

alegria e prazer entorpecem

retomo os sentidos

amanhã...talvez

Fabricio Moura
Enviado por Fabricio Moura em 07/03/2009
Código do texto: T1473500
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