Correndo vida da vida
Corre o tempo por entre os dedos,
mãos maltratadas
estendem o desejo de paz,
os traços do que foi desenham
na face o hoje que é
e não mais espera nos deuses
depositários de sua fé.
Jura fidelidade
a um ontem que se foi,
sonha entre sorrisos
as alegrias que estreou,
quiçá um adeus aos seus
que essa terra já recolheu
e assim retornará ao mesmo pó
que um dia lhe concebeu.
Corre a vida pela história contada,
em suas linhas,
muitas vezes mal ou bem traçadas,
as mentiras demudam-se em verdades
nunca antes reveladas
e as inúmeras lembranças vão consigo
sempre muito bem guardadas.