Poesia de má(-)qualidade

É esta vida que eu quero.

Trabalhador, estudante

e mentecapto.

Bêbado, ás vezes,

afogado nas paixões

de Santo Agostinho;

nos lagos da sabedoria.

Aqui, me sufoca a fumaça.

Do cigarro,

do bagulho

e dos apitos –

tanto de formigas fabris,

quanto de trilhas que avisam:

“_ Óia o Trem!”

Neste lugar,

complexada, Elektra

me sopra

o terror de

paraísos dionisíacos.

Canta doce voz de espelho.

João chora no balcão.

Muda tudo.

Agora volto.

Já não louco

estou no páreo.

Já minha vida

Não desejo.

Mas não

caio ou me rendo.

Mais vivo

estou na Morte.

De sorte,

amigos tenho,

amores e família.

Sou como qualquer outro.

Não me lanço

e, protegido,

sou igual a todo mundo;

estático,

mas com coração que’inda bate.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 06/03/2009
Código do texto: T1472015
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