Poesia de má(-)qualidade
É esta vida que eu quero.
Trabalhador, estudante
e mentecapto.
Bêbado, ás vezes,
afogado nas paixões
de Santo Agostinho;
nos lagos da sabedoria.
Aqui, me sufoca a fumaça.
Do cigarro,
do bagulho
e dos apitos –
tanto de formigas fabris,
quanto de trilhas que avisam:
“_ Óia o Trem!”
Neste lugar,
complexada, Elektra
me sopra
o terror de
paraísos dionisíacos.
Canta doce voz de espelho.
João chora no balcão.
Muda tudo.
Agora volto.
Já não louco
estou no páreo.
Já minha vida
Não desejo.
Mas não
caio ou me rendo.
Mais vivo
estou na Morte.
De sorte,
amigos tenho,
amores e família.
Sou como qualquer outro.
Não me lanço
e, protegido,
sou igual a todo mundo;
estático,
mas com coração que’inda bate.