Nós da Vida

Zena Maciel

Beijo a boca suja da dor

para sentir o travo amargo

da putrefata vida

Piso nos ridículos sonhos

Despeço-me dos dias risonhos

Lambo minhas feridas

Diante do sepulcro do dia

rezo o terço da agonia

para libertar a estúpida ilusão

Rasgo o ventre da solidão

desato as algemas do coração

Corto as asas da poesia!

Faço um inventário das fantasias

Sou senhora do meu tempo

Sem medo dos nós da vida!

Recife 20/04/2006

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Papel cedido pela Dirma

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 28/04/2006
Código do texto: T147044