Filho Pródigo
Idealizaste teus castelos...
mergulhaste na dissipação...
rompendo o tênue fio
que prendia teus pés juvenis
ao solo firme da razão.
Ignoraste avisos e conselhos,
perseguindo teus insensatos anseios,
enfrentando perigos iminentes,
em gestos infelizes e inconseqüentes
de quem se entrega ao prazer e á fantasia,
trancafiando-te solitário
em teu pequeno mundo de falsa alegria!
Elegeste as trevas por companhia,
não viste o tempo se esvair...
ferindo assim teus reais afetos,
esquecendo justamente aqueles
que te estendiam braços abertos...
Com teus planos importantes,
teus projetos de infante,
esmagaste a esperança dos teus!
Filho... o que fizeste
durante todo este tempo...
que não percebeste...
que nem sequer ouviste
a prece sentida e o pranto triste...
de teus pais?