MEDO DOS CONTRATEMPOS DO TEMPO

Tenho sentido medo do tempo

Não pelo fim de minha caminhada nessa vida que atempo

E sim, pela morte evidente de meu corpo em vida

Vaidade vulgarizada pelo desejo d’uma vontade agredida

Tenho sentido muito medo do tempo!

Talvez seja pelo desejado não vivido por contratempo

Ou, pelo medo de ser vencida por esses contratempos do tempo

Ou, pelo desespero que tenha de apagar todos os sonhos que estampo

Que medo é esse que sinto do tempo?

Talvez seja mais medo de viver o novo

Que me veste de brilhos minh’alma de novo!

Ah, tempo! Não sou seu passa tempo!!

Não brinques comigo de pega-pega

É que, nessa vida, ainda ando, de amores, cega!