Estranho
Meu ser respira o estranho...
O singular não parece mais ter algum sentido...
Então as lembranças antigas retornam
Como algo profundamente adormecido,
Despertando de súbito para um universo indelével...
Vejo os olhos carentes, perdidos...
A buscar um encontro que compreende
Partida e chegada em caminhos
De lágrimas que outrora se confundiriam
Com o leito oceanático de mais um reles soluço coibido...
Tentei o fogo, o ar...
Cuspi com ânsias de vômito todas minhas faces ao chão...
Que gólgota infindo destinastes a mim?
Crepúsculo obstruído pela fumaça do pequeno menino...
Que nunca deixou de ofuscar, destruir, matar...
E então meu ser respira o estranho,
E sou o próprio estranho, e sou o próprio ser...