Soneto de Ariel

Perdida em ti, a minha própria imagem

Repousa estranha no fundo da moldura

A face vence o aço e me procura

No estranho encaro a minha miragem

Compreendo os silêncios da mensagem

Mansa lucidez mede minha loucura

Ser sua origem é transcender ternura

Nesta vertigem de uma nova viagem

Toma teu mundo em doces aventuras

Doma tudo, até meu coração selvagem

Ignorando as portas de minha clausura

A luz te revela na face da pintura

Vida confusa em fantástica voragem

E um ousado Deus soprou a escultura.