Filhos de ninguém
Soldados da fome e do desamparo
de pequenas mãos com bazucas reluzentes
Filhos da lua e do morro triste,
de olhos inquietos por pais ausentes.
No semáforo, no viaduto, na escadaria,
encapuzados escondem-se de mães impotentes.
Invisíveis e de almas indolores,
esses meninos são a nossa gente!
Misturadas à paisagem paradisíaca,
do turismo sexual vil e devastador,
as meninas exploradas, soterram sonhos.
E do peito extirpam o feminino amor.
Todos eles da vida são reféns.
Meninos e meninas sem infância,
Pingentes da indiferença e sem esperança.
Serão eles filhos de ninguém?