Mala

A mala está cheia de coisas.

Tem umas roupas velhas, e outras novas,

Tem perfumes pela metade e essências cítricas.

Tem uns caraminguás e algumas letras de câmbio,

Tem um estilete e revistas do mês passado.

Arrasta-a o poeta viajante,

Levando nas mãos saudades de países desconhecidos,

E esperança em qualquer coisa que se mova.

A mala pesa como tudo que é caro, importante.

E lá se vai ele, olhando sempre no relógio,

Para não perder o último trem,

Que não tem destino algum.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 28/04/2006
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