Mala
A mala está cheia de coisas.
Tem umas roupas velhas, e outras novas,
Tem perfumes pela metade e essências cítricas.
Tem uns caraminguás e algumas letras de câmbio,
Tem um estilete e revistas do mês passado.
Arrasta-a o poeta viajante,
Levando nas mãos saudades de países desconhecidos,
E esperança em qualquer coisa que se mova.
A mala pesa como tudo que é caro, importante.
E lá se vai ele, olhando sempre no relógio,
Para não perder o último trem,
Que não tem destino algum.