Amor em síntese
Solto,
cego,
moribundo.
Dessa forma,
vivo
nesse mundo.
Meu coração
não reage.
Minha alma
já não brilha.
Meus anseios
são meus erros.
Meus acertos,
eventuais.
Falta-me algo
no meu universo
de possuir tudo
e tanto.
Tanto e tão
pouco do que quero,
em minh’alma,
não se permite,
por não saber
eu controlar
a força e estranheza
do que se sente
e é tão jovem.
Somos jovens demais
para amarmos pra sempre.
Somos belos demais
para ficarmos juntos.
Sou eu demais
para pensar nos outros.
Sou velho demais
para começar a rezar.
Cadê a vida? -
Quero a vida!
Alimento da poesia.
Sede de minha cadência.
Hoje sou
tão louco
insano.
Hoje vivo
morto em confetes.
No devaneio carnavalesco,
no samba dionisíaco,
me esvaio esguio,
sob olhares saltimbancos.
Eis, que, então,
nada sentido possui
no que digo ou
transcorro sobre o que
sentir sem ter cantado.
Algo há
que é complicado.
Nasce prematuro
e defeituoso.
Novamente a estrela guia.
Mais uma vez,
se corta o laço.
Minha caneta;
puta que pariu,
no campo da idéia,
a verdadeira
Poesia de amor.
Amor ideal,
de não contato.
E amor carnal,
de contato em tudo.-
Amor em síntese.
Mais um dia quero.
Mais um dia vivo.
Solto,
cego
e sublime;
Amo hoje novamente,
Para amanhã mudar
De opinião.