NOTURNO

NOTURNO

Prostituta, dá teu corpo

como a árvore sem fruto

dá a derradeira sombra

sobre o leito da calçada...

Teus cios, águas paradas...

Tantas lágrimas vertidas

tantas noites indormidas

tantas mágoas acordadas.

Inverno, colhe-te o frio

das rosas despetaladas...

Ô, as horas de esperança

já no tempo sepultadas...

Corações, soam-te a alma

que é a tua igreja fechada

onde os sinos em silêncio

sem amor tocam por nada...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 03/03/2009
Código do texto: T1466434
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