Pouco importa a dor (sextilhas)

Tere Penhabe

Esqueceste o que nunca esquecerei!

A ventura e alegria que vivemos...

Manhãs de primavera gloriosas,

Abrindo os dias, nossas doces prosas,

Com a ternura toda que tivemos.

Maior, agora eu sei, jamais terei!

A vida era uma rica passarela,

Por onde desfilavam as magias,

Entre elas, teu sorriso mais bonito,

Com o qual anulava qualquer grito,

Que pudesse rondar os nossos dias,

E os pássaros cantavam na janela.

As borboletas multicoloridas,

Inundavam os nossos sonhos lindos,

Que caminhavam juntos, de mãos dadas,

Por entre as trilhas ricas de floradas.

Que infestam o destino dos bem-vindos,

Nos quais, as mágoas são absolvidas.

Quantas promessas, nossa vida fez!

Na cor do sol, do mar, da ventania,

Na nuvem branca, tão descabelada,

Naquela onda valente derramada,

Na areia quente envolta em maresia.

E a dor que veio a tudo isso desfez...

Mas pouco importa a dor que nos atenta,

É somente inquilina do passado,

Mas não detém nenhuma propriedade,

Sobre o que foi, de fato, realidade,

E que merece ser por nós, lembrado.

A dor, na vida, é cascavel sedenta...

Com ela, seca a fonte cristalina,

O jorro doce de água refrescante,

Que verte generoso em nossas almas,

Fazendo com que todas batam palmas,

Mesmo que o sol se encontre causticante...

Pois redenção é bem que à alma alucina.

Mas esqueceste e eu não esquecerei...

Ainda que mais mil vidas eu viver,

Terei no peito a marca da esperança,

Desenho feito por uma lembrança,

De alguém que um dia vim a conhecer,

E me ensinou que o amor é minha lei!

Santos, 17.02.2009

www.amoremversoeprosa.com

http://artculturalbrasil.blogspot.com/2009/01/terepenhabe.html