Quem sabe?
Quem sabe da moça que ria
Ou quase ria...
E falava nas pausas de um silêncio bemol.
A pele clara,
Rosada de um esforço contido,
Sangüíneo arrebol.
Quem sabe da moça que ria
Ou quase ria...
Um riso ou quase riso
De riscos e fendas
Cataclismos e sismos
Escuros abismos
Para mergulho sem venda
Ao fundo do poço
No fundo da alma
Desesperadamente humana
Quem sabe se a moça que ria
Ansiasse um quase dia
Num momento desconexo
E a alegria fosse um vício
De melancolia ao inverso
Então o universo mal diria
Das coisas e causas vazias
Um silêncio quase jazz.