Poesia

E a poesia continua

Até que do rubro a rosa se baste

Ou o sol do fogo se cale;

O céu do azul se enfade

E o mar das vagas descuide.

A poesia então cessará

Quando a folha rejeitar a seiva

Quando a luz esquecer as estrelas

Quando a carne dispensar o sangue

E a lua acordar do sonho.

A poesia enveredar-se-á

Por todas as ruas dos sentimentos

Vielas da desilusão

Largos da felicidade

Esquinas da solidão.

Até que o amor

De beijos se reprima

Até que as cores, de tolice se desbotem

E a loucura, extenuada,

buscar os braços da lucidez.

Tayy
Enviado por Tayy em 01/03/2009
Código do texto: T1462949