Cotidiano
Converso com amigos enquanto recordo você.
Discuto cenas, reconto livros, reduzo hipóteses.
Traduzo sínteses...
Penso em você
no meio tempo em que minhas mãos contam o caminho,
esquina a esquina,
para o moço que vai ao museu.
Planejo o dia, nele você cabe:
indomáveis garatujas parecendo seu nome saltam
pelos cantos da agenda.
Na cozinha, com um punhado de orégano, uma memória sua
vai ao fogo brando
(o vinho ajuda!).
Saúdo os vizinhos, alguns passantes...
Quietamente desejo a você
– durma bem
– viva bem
– seja feliz
Lembro bem de você... mas não do adeus.