O Acaso

O Acaso

O acaso trouxe teu beijo,

Teu sorriso e um desejo,

O abraço farto com que me acolhes,

E o olhar vivo, onde me engoles;

Trouxe rotas encobertas pelo pó,

E uma jogada de mestre do meu dominó.

Quando me foges por entre os dedos,

Fico órfão, do teu sorriso e de teus segredos,

Fico amargo e perdido,

Num dia cansado e sofrido,

Onde mergulho o querer e a vontade,

Onde tento esquecer e abandonar a saudade.

Ontem chegaste apressada,

Abatida, mas com sorriso largo e face rosada,

Mergulhada na tua blusa verde,

Que sacia os olhos e minha sede,

E o acaso, a imagem e o teu laço,

São um rio de frescura,

Onde fica o dia, e o lavar da amargura;

Um oásis onde se refugia a mente da penumbra,

Onde ganho asas e voo, leve como uma pluma.

Nenúfar 10/2/2009