Quero-Quero
Quero a canção mais castigada,
A mais estraçalhada,
Mastigada pela voz da melodia
E ao sabor da brisa vadia.
Quero o coração mais presunçado,
O mais reverberado,
Camuflado pela foz das águas
E ao labor das velhas mágoas.
Quero a custódia dessa dor
Pra transformá-la em amor
De um ser humano,
Onde o engano não mais reinará.
Quero a medida mais concreta,
A dose pronta mais que certa,
De um remédio,
Onde o tédio malogrará.