POESIA A FLOR DA PELE
De Regilene Rodrigues Neves
A pele despida
Tem cheiro de poesia
O amor exala perfume de primaveras
E as flores são colhidas e entregues pela alma
Recebidas com cheiro de alegria
E olhar de felicidade
Esparramando suas pétalas pelo imensurável...
Caem sobre leitos
Corpos nelas se misturam
Fragrâncias impregnam uma na outra
Até deixar uma rosa vermelha sobre a cama
Numa despedida romântica de amor...
Às vezes a poesia
É um espinho que fere
Os dedos sensíveis
Que a escrevem no corpo cheio de solidão
Arranha a pele fazendo riscos de desejos
E depois ressequida viram migalhas do amor
Que floresceu no jardim dos ventos
Soprados pela brisa dos sonhos
Envolvida pelo destino que sopra sentimentos...
Florescem várias mudas de rosas vermelhas
Algumas têm essências líricas
Outras sangram paixão
Que de tanta emoção sentem ciúmes da estação
Que irá derruir sua ilusão...
Flores algumas coloridas
De manhãs de sóis outras cinzas
Cobertas por sombras da noite
Somente as estrelas sentem seu perfume...
Abelhas entre elas absorvem o mel
E o tempo colhe o fel que escorre
Do pêndulo sensível...
Degustado todo o sabor do pólen
Sobra o doce amargurado de um vegetal...
A poesia libera toxinas
Algumas são bálsamos
Antídotos necessários para alma
Que expurga venenos pelos espinhos
Para que a rosa não seja tão frágil
Em sua beleza efêmera...
A essência de tão pura
Exprime poesia
Contemplada em nuances no jardim da alma...
De uma cadeira encostada no pensamento
Avisto uma romântica
Entregando flores cheias de amor
Uma poesia caída entremeio a paisagem
Cria um cenário de versos perfumando o coração...
Em 27 de fevereiro de 2009