Descaminhos
DESCAMINHOS
CAMINHO
LENTAMENTE SIGO POR ESTRADAS QUE ME LEVAM AO INFINITO
PEDRAS E MUROS FRIOS SÃO DEIXADOS PARA TRÁS
TORTUOSAS ESTRADAS DE CIMENTO E CONCRETO E SEM VIDA E SEM NADA
VÃO FICANDO NO CAMINHO
FRIO E SILENCIOSO SE FAZ O AR,
ESSE MAR DE INCERTEZAS E ANGUSTIAS E DE MEDOS;
SONHOS DESFAZENDO-SE SOBRE TRILHOS E FERROS E DISTÂNCIAS E SAUDADES.
INCONSTÂNTES PASSOS ARRASTAM MEU CORPO E MINHA MENTE POR CAMINHOS DESCONHECIDOS E SOMBRIOS
APENAS SOMBRAS E RESTOS DE ROSTOS DESFIGURADOS ENCONTRO NAS VIELAS
ESCOMBROS DE TANTOS SONHOS, TANTOS PLANOS VÃO RUINDO SOBRE O ASFALTO,
FRIO
ALICERCE CRU DE UMA CIDADE QUE FERVILHA SONHOS DERRAMADOS,
PLANOS DESFEITOS OU REFEITOS SOBRE LÁGRIMAS QUE ESCORREM DE TANTOS OLHOS SEM BRILHO
SEM COR , JÁ SEM VIDA, SEM NADA!TORTUOSAS ROTAS IGNORADAS SÃO EXPOSTAS A MEUS OLHOS QUE SANGRAM,
NUM SILENCIO APAVORANTE E APAVORADO;
A CIDADE DE DEUS CHORA TANTAS MORTES ABSURDAS E MEU GRITO, SURDO
ECOA SOBRE CINZAS E CIMENTOS FRIOS
E MINHA VOZ,ROUCA
NUM DESESPERADO GRITO MUDO
SE FAZ ECO, NUMA CIDADE EM QUE NEM O SOM MAIS POR SI SE PROPAGA!