Descaminhos

DESCAMINHOS

CAMINHO

LENTAMENTE SIGO POR ESTRADAS QUE ME LEVAM AO INFINITO

PEDRAS E MUROS FRIOS SÃO DEIXADOS PARA TRÁS

TORTUOSAS ESTRADAS DE CIMENTO E CONCRETO E SEM VIDA E SEM NADA

VÃO FICANDO NO CAMINHO

FRIO E SILENCIOSO SE FAZ O AR,

ESSE MAR DE INCERTEZAS E ANGUSTIAS E DE MEDOS;

SONHOS DESFAZENDO-SE SOBRE TRILHOS E FERROS E DISTÂNCIAS E SAUDADES.

INCONSTÂNTES PASSOS ARRASTAM MEU CORPO E MINHA MENTE POR CAMINHOS DESCONHECIDOS E SOMBRIOS

APENAS SOMBRAS E RESTOS DE ROSTOS DESFIGURADOS ENCONTRO NAS VIELAS

ESCOMBROS DE TANTOS SONHOS, TANTOS PLANOS VÃO RUINDO SOBRE O ASFALTO,

FRIO

ALICERCE CRU DE UMA CIDADE QUE FERVILHA SONHOS DERRAMADOS,

PLANOS DESFEITOS OU REFEITOS SOBRE LÁGRIMAS QUE ESCORREM DE TANTOS OLHOS SEM BRILHO

SEM COR , JÁ SEM VIDA, SEM NADA!TORTUOSAS ROTAS IGNORADAS SÃO EXPOSTAS A MEUS OLHOS QUE SANGRAM,

NUM SILENCIO APAVORANTE E APAVORADO;

A CIDADE DE DEUS CHORA TANTAS MORTES ABSURDAS E MEU GRITO, SURDO

ECOA SOBRE CINZAS E CIMENTOS FRIOS

E MINHA VOZ,ROUCA

NUM DESESPERADO GRITO MUDO

SE FAZ ECO, NUMA CIDADE EM QUE NEM O SOM MAIS POR SI SE PROPAGA!

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 27/02/2009
Código do texto: T1459582
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