Alma em luto
Alma em luto
De luto tinjo minha alma,
O meu peito enegrece
Amargura transpassa o espaço do complemento,
Espaço de meu mundo.
Silencio, bem sei que e chegada minha hora/
O tempo diz-me isso,
Grita-me isso o ar que me falta,
O céu acinzenta-se
A palavra emudece
Cala-se minha alma, o meu peito estremece.
Aos meus olhos surgem nuvens
(temo por elas),
são nuvens escuras, etéreas
nuvens como ventos,
ventanias e marolas que assustam e vislumbram,
ventos e nuvens que vem e que vão
e trazem, do infinito das palavras que hoje emudecem em meu peito,
palavras que afogo,mato-as uma após outra em meu peito.
Escraviso-me ao silencio,
O silencio agonizante do momento mágico e agoniante
Silencio triste,
Silencio necessário.
20/03/04