O pesadêlo real
Eis que me vejo ajoelhado
ao pé de mim mesmo,
sem pena, pequena ou grande;
é um martírio me castigar,
eu retrocedo do pó,
sem dó,
na dor da chibata.
O meu mundo é um semitério e baratas.
Então, me vejo,
o meu espelho carrasco,
erguer-se delirante.
Não há um pingo humano
em sua feição;
somente ódio,
negro fluído, nutriente das trevas.
Sua voz brada insistente:
Confesse! Confesse!
Não há como negar,
a consciência é multipolar.
Segue-se a carnificina,
emendade de luxúrias infantís.
Oh mente insana,
o pecado é teu pincel,
o mundo tua tela de lazer.
Que transporte à matéria,
um toque que seja, no real,
e te desfaço a culpa de existir.
Não há contentação,
Tudo é tão sujo!
Inquieto teimo em rejeitar.
Segue-se eternamente assim...