Devaneio

Ao pensar em rabiscar uns versos,

Pego um lápis e um papel qualquer.

Escrever o que?

Ser homem? Ser mulher?

Escarrar as letras,

Vigiar entre um verso e outro.

Cuidar em não ser coeso,

Afinal, todos os padrões já morreram,

Só que ninguém percebeu.

Eu, o poeta de uma loucura triste

Encarrego-me de alertar:

NÃO ME ESCUTEM!!!

Existem gritos ao meu redor,

Meu papel é irregular

E acho mesmo que perdi a conta

De quantas vezes o mundo acabou.

Que confusão!

Agora é tudo de novo:

Adão ou Eva?

Quem começa?

O paraíso é logo ali...

Eu, o poeta de uma tristeza louca,

Encarrego-me de alertar:

ESCUTEM-ME, POR FAVOR!!!

A intensidade da carência

De novos tempos, há muito se manifesta.

Sou um instrumento da providência poética.

Sou um louco com um lápis na mão.

Mais atenção, senhoras e senhores!

Este poema morre aqui.

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 03/05/2005
Reeditado em 13/08/2015
Código do texto: T14577
Classificação de conteúdo: seguro
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