CINZAS
E a carne incendiou...
Depois, sobraram as cinzas.
Fantasias e máscaras despidas,
perfumes lavados da pele,
resta o folião nu,
consigo mesmo
só e desencantado.
Harmonia, melodia,
coreografia...
Tudo agora jaz !
As brasas adormeceram
mas não trouxeram, ainda,
a paz.
A utopia se desfaz...
Cansado e quieto
o farsante reflete:
onde está a alegria
vestida e saboreada como fruto
do paraíso que não tem fim?
Do sonho desperta
o pobre arlequim!
Lina Meirelles
Rio, 25.02.09