Disritmia
DISRITMIA ( Coração de poeta )
Ao vê-la voltando, óh. Amada
Em noites de angustias e insônias
Senhora dos sonhos de minha alma
Meu peito tristonho e dolente
Ferido pela mais profunda das dores
Se abriu, qual flores, em campos risonhos.
Desde que tu partiste,
Adorável musa de minhas noites
A inspiração indulgente de tantas noites se foi,
Partiu de meus sonhos a frenesi
E o amor partiu de minhas rimas
E o cântico mágico das palavras;
Sonhos e sons das profundezas de meu coração se calou.
Fugiu de meus dedos o mágico toque
Incrustados às palavras doces de outrora,
Embaladas agora
Pela dor, angustia demente
Ao ver surgir, no infinito sem cor e sem vida
Mais um poente sem ti.
Se soubesses agora
O quanto amarga este coração de poeta sem ti
E o quão taciturno se tornou minha pena,
Agora com pena de mim,
Tu voltarias correndo aos meus braços,
Braços de poeta triste, despido de poesias,
Desvairado e louco, e cego de amor,
Num mundo tão triste, sem ti.
28/12/89