Ele/ela/outros bichos
Não te vejo torto
nem rio do teu mau gosto.
Tens um olhar de felino
uma garganta ora grossa, ora fina
e uma ilegível escrita.
Não te busco nos trilhos
no entanto, ouço teus gritos
ao cruzar a férrea linha
em busca do meu cajado.
Já de salto, danço um tango
sobre o teu riso brejeiro.
Não cheguei tarde à despedida?
Leve as flores, regue-as, perfuma-te.
Leve também minhas rimas.
Na volta que o dia dá
toma de uma caneta
rascunha um mimo qualquer
e mande-me via fax.
Quando eu vier do farol
Prometo que irei te ler
nas entrelinhas do anzol.