PRIMEIRO DIVÃ
Nasci e não sei porque nasci.
Sei que estou aqui.
Do ontem não me lembro.
Por pouco eu me rendo.
Não conheço o que não vi.
Cheguei puro.
Imaculado.
Sei que de passado
não se sente falta:
reclamava sincero.
Vi-me pela primeira vez
diante do mesmo vidro
em reflexo.
Pranto tímido forçado
soava um novo ré maior,
já perplexo.
No aconchego materno,
o conforto, a tranqüilidade,
o nexo.
Há um fio de humanidade.
Há um desejo de renascer.
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Este poema compõe o projeto "O tolo, o roto e o homem"