PRIMEIRO DIVÃ

Nasci e não sei porque nasci.

Sei que estou aqui.

Do ontem não me lembro.

Por pouco eu me rendo.

Não conheço o que não vi.

Cheguei puro.

Imaculado.

Sei que de passado

não se sente falta:

reclamava sincero.

Vi-me pela primeira vez

diante do mesmo vidro

em reflexo.

Pranto tímido forçado

soava um novo ré maior,

já perplexo.

No aconchego materno,

o conforto, a tranqüilidade,

o nexo.

Há um fio de humanidade.

Há um desejo de renascer.

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Este poema compõe o projeto "O tolo, o roto e o homem"

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 24/02/2009
Código do texto: T1455832
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