Sobre o tapete da sala

Sobre o tapete da sala,

pinga do relógio, a hora

translúcida e incolor,

entrelaçando futuro e pretérito.

Que és tu tempo

senão a maior ou menor conta

do nada, que imprime na

face das coisas os selos do silêncio.

O quadro na parede,

as lacunas: mas nesta,

no quadro ou em mim mesmo?

Onde ficaste jardins de Renoir?

Onde foste abrigar-te?

O tapete da sala encharcado de horas

no vazio da sala,

na solidão do tempo

e a impressão de que

tudo fluidamente, afinal,

já passou

em algum lugar

em algum tempo,

Tempo.

antônimo
Enviado por antônimo em 24/02/2009
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T1455712