Fomos amantes
FOMOS AMANTES
Fomos amantes
Quando o mundo era mais mundo
e todo mundo admitia o absurdo e a sordidez de vidas inúteis...
Fomos amantes!
Ousamos amar
Um amor verdadeiro e puro
quando os sentimentos eram encarcerados em masmorras frias
e quando as palavras eras caladas,
sufocadas por conceitos sórdidos e asquerosos.
Ousamos amar um mundo diferente
Sem falsos conceitos ou meias verdades
Um mundo real.
Amamos
Sobre as mais fortes emoções e sentimos
A maciez pura de um amor cristal que se partiu.
Fomos arremessados contra o mundo e contra todos;
Julgados e condenados ao desterro e a solidão
Por simplesmente ousarmos fazer tudo que eles jamais se permitiriam,
Pelas emoções que traduziam nossos olhos,
Pelo calor ardente da paixão avassaladora que nos dominava.
Condenou-nos o mundo a viver em desespero;
Ao silencio frio da solidão absoluta;
À vida absurda e obsoleta
E aos gritos mudos na noite silenciosa e vazia.
Minhas mãos ainda procuram as suas
E meus olhos ainda percorrem o infinito das palavras em busca de você.
Minha voz se fez muda e silenciosa
Meus olhos úmidos e sem vida ainda te procuram
No vazio das horas solitárias
E na certeza de que um dia ainda nos encontraremos
Para viver a plenitude desse amor abortado.
13/12/04