BUSCA

Traçando uma reta basta um caminho

Sonhos trocados por latas vazias

Fazem ensurdecedor silencio

Amores mal feitos são negócios desfeitos

Jogados na janela do nada

Eis, que o trem logo irá

Voará nos ares levará na bagagem águas passadas

Imensidão vai ganhando sua altura sem destino

Lá se vai trotando esse navio a zarpar

Sem parar, sem frear numa louca velocidade

As longínquas terras onde há castelos sem donzelas

Veja! Morreu a musa do poeta

Morte indolor, morte de vida, morte augusta

Quebraram-se vinhos históricos

Soberba divina da impiedade fingida

Ouvi uma reza de uma penada alma viva

Dor, câncer que espalha

Traz respostas a perguntas que não existem

Areia que escorre e que jamais será pega

Aquele chiclete envelhecido no fundo da cadeira

Contas segredos insossos repugnantes

Mares sem águas marinheiros sem embarcações

Buscas sem sentidos, espera desperdiçada

Um rangido no silencio, um sonho inacabado

Uma lágrima vertida no espelho rachado

Deborah Mahara
Enviado por Deborah Mahara em 23/02/2009
Reeditado em 23/02/2009
Código do texto: T1454006
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.