Soneto de Tempo

Em face do presente, tu procuras

o passado, que é onde a carne vibra

Saboreias a bruma da alegria

sobre as águas que correm, a água pura

é esse esfacelamento de uma dura

forma pela memória arrefecida

Já de ontem teu desejo, e quem tinha

vontade não eras tu, e essa secura

debruçou-se ante teus olhos, pois fito

o que era verdadeiro só restou

à garganta, à forca, o já dito

Mas as águas não correm para trás

Tais querelas da vida são só os sais

que a forma breve em ti não dissipou

antônimo
Enviado por antônimo em 22/02/2009
Reeditado em 07/02/2010
Código do texto: T1452435
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