REDENÇÃO

Mendigo por palavras espalhadas

Nos espaços da mente.

Que não consigo captar,

Que não consigo calar.

Palavras que

Entrechocam-se no vazio do tempo,

Na pergunta da eternidade, no oco

Mistério do existir...

Eu cheguei ao centro, no Espaço do nada,

No vácuo de plena escuridão

No silêncio absoluto carregado

Do canto de todos os pássaros

Do canto de todos os centros

Do centro de todos os cantos.

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Silêncio que não se pode dizer

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Já não calo já não falo. As palavras

Se ajoelham cansadas. Os sentidos

Esvaem-se todos. O vapor do nada

Vem me envolver em profunda

Reverência. E já não sendo

Acabo por descobrir o sentido

Que não pode ser dito

Nas linhas do poema. Rendo-me

E encontro Redenção.

Alan de Mello
Enviado por Alan de Mello em 21/02/2009
Código do texto: T1450850