REDENÇÃO
Mendigo por palavras espalhadas
Nos espaços da mente.
Que não consigo captar,
Que não consigo calar.
Palavras que
Entrechocam-se no vazio do tempo,
Na pergunta da eternidade, no oco
Mistério do existir...
Eu cheguei ao centro, no Espaço do nada,
No vácuo de plena escuridão
No silêncio absoluto carregado
Do canto de todos os pássaros
Do canto de todos os centros
Do centro de todos os cantos.
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Silêncio que não se pode dizer
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Já não calo já não falo. As palavras
Se ajoelham cansadas. Os sentidos
Esvaem-se todos. O vapor do nada
Vem me envolver em profunda
Reverência. E já não sendo
Acabo por descobrir o sentido
Que não pode ser dito
Nas linhas do poema. Rendo-me
E encontro Redenção.