Gota de Água

Gota de Água

Acordei só, a escrever o pesar da alma,

Numa fonte estéril, que apesar disso, me acalma,

E perdoa, talvez porque o Mago se habituou a perder,

E a pouca magia que faz, já basta, para não esmorecer;

Talvez porque o caminho é longo,

E a paciência uma virtude,

Ou o corpo não espere mais,

E toda a gota de água que chega,

É o sustento, e a saúde.

Perco vezes sem conta o rumo,

No descoordenado puzzle, de uma vida sem sumo,

Onde olho impotente, o apontar do dedo,

Que não me faz medo;

Pois não afecta a consciência liberta, e não cede,

Não se justifica, não se prova, nem se promete;

Sinto o mundo rodar na palma da minha mão,

Num acordar, com sabor a outras derrotas,

A outro estender de braços, onde ouvi o não,

Uma lástima da sorte, que não me verga,

Antes acabe, assim de pé,

Por entre trilho cheio de voltas,

Lançando o azedume apenas,

Nestas letras tortas!

Nenúfar 17/2/2009