DESAMOR

És a escória do mundo,
nada mais pecaminoso
e mais profundo,
ter você
como ponto luminoso,
és o parto da dor,
que chega silente,
na cópula indecente,
que faz abortar o amor,
és astro caído
visão do final,
que gira perdido
em torno do mal,
és a bala inimiga
dissimulada de ouro e prata,
indiferente não liga,
se fere ou mata,
és a voz infernal,
que grita dentro de mim,
feito um urro bestial,
és a insensibilidade,
és um caminho que trilhei,
és a vaidade vadia
és a mulher
que um dia amei ...


ANDRADE JORGE
1997
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