FOME DE PALAVRAS…
Um sábio perguntou-me um dia:
“Consegues imaginar-te sem escrever…?”
E eu, que imagino muitas coisas, às vezes demais,
Respondi que não
Que essa era uma história que não conseguiria viver…
Não me considero um escritor
Mas sim
Um mero e simples Contador de Histórias
Porque elas nascem e vivem
Na minha memória
E elas exigem sair de mim
Sendo este o motivo
Porque escrevo
Porque elas saem assim…
Escritor?
São os meus Ídolos, os meus Mitos
Os meus Exemplos
E serei sempre demasiado pequeno
Para a Eles e Elas me equiparar
Sou apenas uma pessoa
Que histórias gosta de contar
Poeta muito menos
Pois não escrevo poemas
Conto histórias
Que acho que valem a pena
Nesse fundamento
De ter fome das palavras
Como tenho das estrelas
E se há noite vejo umas
A todos os instantes
Tento conceber as mais harmoniosas
Narrativas
Que em mil anos de vida
Dez mil noites de amor
Dias perdidos no tempo
A cultivar
Esta difícil arte
Porque é nela que me sinto sempre em casa
Quando calha
As tais histórias gerar…