FOME DE PALAVRAS…

Um sábio perguntou-me um dia:

“Consegues imaginar-te sem escrever…?”

E eu, que imagino muitas coisas, às vezes demais,

Respondi que não

Que essa era uma história que não conseguiria viver…

Não me considero um escritor

Mas sim

Um mero e simples Contador de Histórias

Porque elas nascem e vivem

Na minha memória

E elas exigem sair de mim

Sendo este o motivo

Porque escrevo

Porque elas saem assim…

Escritor?

São os meus Ídolos, os meus Mitos

Os meus Exemplos

E serei sempre demasiado pequeno

Para a Eles e Elas me equiparar

Sou apenas uma pessoa

Que histórias gosta de contar

Poeta muito menos

Pois não escrevo poemas

Conto histórias

Que acho que valem a pena

Nesse fundamento

De ter fome das palavras

Como tenho das estrelas

E se há noite vejo umas

A todos os instantes

Tento conceber as mais harmoniosas

Narrativas

Que em mil anos de vida

Dez mil noites de amor

Dias perdidos no tempo

A cultivar

Esta difícil arte

Porque é nela que me sinto sempre em casa

Quando calha

As tais histórias gerar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 20/02/2009
Código do texto: T1449190
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