O Futuro

Cego de olhos que enxergam

Mudo de vozes que anunciam

Assim ruma o Homem de hoje

Em busca de um porto vazio.

Muralhas que ditam andares

Algozes de vitórias ultrajadas

Lá se vai o cego mudo, enganado,

Sonhando com marcas de chegada.

Segue alinhado, qual boneco,

Em vitrine a ser visitada

Sem brilho, sem alma própria,

Proprietário de dignidade roubada.

Pobre Homem que curva seu corpo

Até que se esvaia sua identidade

Até que não lhe reste mais nada

E de ódio construa sua eternidade!

Li Vaz
Enviado por Li Vaz em 19/02/2009
Código do texto: T1448240
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