O Futuro
Cego de olhos que enxergam
Mudo de vozes que anunciam
Assim ruma o Homem de hoje
Em busca de um porto vazio.
Muralhas que ditam andares
Algozes de vitórias ultrajadas
Lá se vai o cego mudo, enganado,
Sonhando com marcas de chegada.
Segue alinhado, qual boneco,
Em vitrine a ser visitada
Sem brilho, sem alma própria,
Proprietário de dignidade roubada.
Pobre Homem que curva seu corpo
Até que se esvaia sua identidade
Até que não lhe reste mais nada
E de ódio construa sua eternidade!