Por Uma Cabeça

Ele não pode mais apostar

Já perdeu quase tudo que tinha, lhe resta trocados

Apostas, barbadas, quanta desilusão

Lá se foram amigos e palpites ao coração

Em uma seqüência de grandes derrotas se acabou o jogador

Não há mais glamour, nem glorias, nem luxúria

Só as lembranças, dos amores, nenhum amor

Mas, ainda lhe restam as moedas

E uma barbada está na pista

A cartola empoeirada volta à tona

O peito é estufado e de novo, por todos é cumprimentado

O tiro marca a partida dos cavalos, dos corações e do destino selado

O jogador por alguns segundos tem o seu ego massageado

E por uma mísera cabeça ver o seu destino sorrir para o apostador do lado

Tudo de novo acabado

Assim mesmo é no amor

Arriscamos tudo àquilo que nos resta em uma boca

Mesmo quando a razão diz não, mesmo quando sofre o coração

Por uma cabeça nos perdemos nos braços de uma paixão

(baseado na obra de Alfredo Le Pera e Carlos Gardel – Por uma Cabeza de 1935)

O velho moço
Enviado por O velho moço em 19/02/2009
Código do texto: T1447858
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