Por Uma Cabeça
Ele não pode mais apostar
Já perdeu quase tudo que tinha, lhe resta trocados
Apostas, barbadas, quanta desilusão
Lá se foram amigos e palpites ao coração
Em uma seqüência de grandes derrotas se acabou o jogador
Não há mais glamour, nem glorias, nem luxúria
Só as lembranças, dos amores, nenhum amor
Mas, ainda lhe restam as moedas
E uma barbada está na pista
A cartola empoeirada volta à tona
O peito é estufado e de novo, por todos é cumprimentado
O tiro marca a partida dos cavalos, dos corações e do destino selado
O jogador por alguns segundos tem o seu ego massageado
E por uma mísera cabeça ver o seu destino sorrir para o apostador do lado
Tudo de novo acabado
Assim mesmo é no amor
Arriscamos tudo àquilo que nos resta em uma boca
Mesmo quando a razão diz não, mesmo quando sofre o coração
Por uma cabeça nos perdemos nos braços de uma paixão
(baseado na obra de Alfredo Le Pera e Carlos Gardel – Por uma Cabeza de 1935)