A Casa de Mary
As paredes são sujas por dentro, mas, limpas por fora
A fachada passa por reformas justamente agora
As toalhas fedem, os pratos são imundos
Mas está tudo escondido em uma caixa lá nos fundos
Há quem diga que tudo é de verdade
Não quero ficar pra saber se é bondade ou é maldade
Não dá mais pra sorrir com as piadas
Não dá mais para calar as palavras
Talvez a minha inquietude me deixe assim
Como se tudo precisasse ter início, meio e fim
Qual a diferença entre mentira e verdade?
Qual o limite da vaidade?
Em dia de visita, todo mundo se respeita
A loucura vira calma e todo mundo se “ajeita”
Não me acostumo com esse mundo sem jeito
A agonia parece às vezes querer saltar do peito
Todo mundo mente
Todo mundo sente
Há quem invente
Mas, todo mundo é gente