DE ALMA PARA ALMA

DE ALMA PARA ALMA

Deixa a alma debruçada na janela

quando tiveres que sair sem mim,

que é da alma colher a primavera

das janelas que dão para o jardim.

Tolera esse desígnio que carrego

de me esquecer da alma na saída

eis que a alma não é sapato cego

nas pedras de tropeço desta vida.

Se tiveres que te perder de amor

a alma certamente o há de saber

como sente o perfume a sua flor

que por isso não pode se perder.

Se tu voltares lívida de mágoas,

nossas almas encontrarás assim:

imagens refletidas sob as águas

do lago mais sereno do jardim...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 18/02/2009
Código do texto: T1446641
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