RUINAS DO MEU PASSADO
Vê... Senhor
O narcótico do ar parado que se encontra neste negro céu.
Já não vejo...
Pinceladas esparsas de ouro fosco neste sol
Nuvens se movimentam como bandos de abutres...
Não... Não é neste lugar, nesta terra que eu hei de padecer
Apedrejado por milhares de tormentos e de sentimentos...
Ao longe daqui quero correr como um louco ver o azul do mar
E contemplar o verde da natureza.
Vou muito alem daqui
Vou atrás daquelas ruínas conversar com o cadáver insepulto que
Sozinho cavalga por entre as noites amaldiçoado por milhares de pecados
E que não deixaram este ver as portas do céu, nem do purgatório.
Pobre... Era pobre quando viveu
Continua pobre depois da morte.
Mas... Vai alem daqui
Até ali...
Nas ruínas de meu passado.