Despedida - Ohlavrac Nilknarf
Despedida - Ohlavrac Nilknarf
Morte, és mais dura com os que ficam!
Os que são levados, apenas vão e vão...
Os sobreviventes sofrem e lamentam,
e como, lamentam e sofrem, lamentam e sofrem, lamentam e sofrem...
Ó morte, perante a ti somos infames.
Pela primeira vez senti-me inútil,
ver alguém em tal estado é desumano, carnívora dama.
Sumiram minhas palavras, sumiram!
Mas não sumiram meus sentimentos.
Mostre ao menos dignidade em nossa hora derradeira.
Piedade não, dê-nos dignidade...
Por não ter carrasco nos tem inveja, morte.
Nós, frágeis mortais, degustamos cada momento,
cada paisagem, cada lágrima, cada sentimento tornam-se únicos!
Nunca saber quando iremos encontrá-la,
é o que nos faz seres tão cobiçados por ti.
Não dê-me adeus em meu leito fúnebre,
me dê um beijo molhado com o sabor inexplicável do último.
Não chore, não... não chore!
Gaste tuas lágrimas com minhas melhores lembranças.
E quando quiser me encontrar,
busque na memória aquele pedaço meu que deixei em você...
Não chore, não... não chore!