Despedida - Ohlavrac Nilknarf

Despedida - Ohlavrac Nilknarf

Morte, és mais dura com os que ficam!

Os que são levados, apenas vão e vão...

Os sobreviventes sofrem e lamentam,

e como, lamentam e sofrem, lamentam e sofrem, lamentam e sofrem...

Ó morte, perante a ti somos infames.

Pela primeira vez senti-me inútil,

ver alguém em tal estado é desumano, carnívora dama.

Sumiram minhas palavras, sumiram!

Mas não sumiram meus sentimentos.

Mostre ao menos dignidade em nossa hora derradeira.

Piedade não, dê-nos dignidade...

Por não ter carrasco nos tem inveja, morte.

Nós, frágeis mortais, degustamos cada momento,

cada paisagem, cada lágrima, cada sentimento tornam-se únicos!

Nunca saber quando iremos encontrá-la,

é o que nos faz seres tão cobiçados por ti.

Não dê-me adeus em meu leito fúnebre,

me dê um beijo molhado com o sabor inexplicável do último.

Não chore, não... não chore!

Gaste tuas lágrimas com minhas melhores lembranças.

E quando quiser me encontrar,

busque na memória aquele pedaço meu que deixei em você...

Não chore, não... não chore!

Ohlavrac Nilknarf
Enviado por Ohlavrac Nilknarf em 17/02/2009
Código do texto: T1444849
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