POEMA DO MAR COTIDIANO...

POEMA DO MAR COTIDIANO...

Aqui ao seu redor me têm o mar cotidiano

e a placidez marinha da viagem concluída.

É o quanto basta além da linha do oceano

para eu morrer pelos encantos desta vida.

O mar me fala sobre santidade de religião

bandida e traz notícia sobre gente suicida.

Que importa à Iemanjá a hora do alcorão

e aos mortos que nem sabem desta vida...

Aves me vêm banidas da rebelião insana,

nada que aos deuses seja dado controlar.

Minha alma tem a paz ainda que profana

das sacras liturgias das religiões do mar.

Aqui ao meu redor os da família, mortos,

fazem barcos de papel para me confortar

e tenho aqui o amor sacrílego dos portos

despertados dos corpos cálidos de amar.

Aqui me vem o mar em cortesia há anos

trazer-me a lucidez da viagem resolvida.

E isso é tudo, além do mar e os oceanos

para viver do que me resta desta vida!...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 17/02/2009
Código do texto: T1444718
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