OSSOS DO OFÍCIO
OSSOS DO OFÍCIO
14/2/2009
Derramados em meu sangue.
O cálice que transborda em meu peito.
Em minhas designações e reflexões.
Está os ossos do ofício.
A arte escrita e pintada à mão.
Em minhas vértebras.
Palavras incertas.
De desejos sobre carregados.
Advindos de um novo horizonte.
Submerso e desumano.
Ossos de um novo ofício.
Em plena calçada um corpo desvalido.
De um esqueleto humano.
Todo consumido e destruído.
Em meras cinzas seu corpo se tornará pó.
Que corromperá e deixará a vida.
A ciência e arte humana em mãos.
Sobre um projeto advindo da alma.
Transposto no retratado.
Em vestes de um quadro.
Um novo traço de um homem marcado.
Destruído em pedaços de maneira holofote.
Coloco-me a sua disposição.
A transbordar um novo coração.
Este osso pintado e sobrecarregado.
De um novo marco de ofício.
Obra divina de um pintor em declive.
Transcrita de um corpo rasurado e massacrado.
Este corpo se veste completo.
Da arte divina contemporânea.
Desenhada de forma proclamada.
Perante aos deuses homenageadas.
Em luzes de cores fortes.
Pintadas sobre uma paisagem de flores.
Escarnecidas de um corpo sem vida.
Aos olhos cristalinos humanos.
Torna-se fonte de inspiração.
Fatos consumidos de seu novo eu.
E o fogo que consome o pobre coração.
A arte da carne.
Está escarnecida no quadro exposta.
De um espírito que buscava respostas.
A torna seu corpo em arte divina contemporânea.
Em mãos daqueles que apreciam e fazem da arte do corpo.
Projetos para futuros obras feitas dos ossos do ofício.
(Douglas Paiva)