NASCER E RENASCER

Por quanto tempo inda estarei a tua espera,

e a dor atroz que o coração me dilacera,

serão estrofes de saudades nestas liras?

Por que me perco pelas dobras do infinito,

vagando ao léu por tantas vidas, qual proscrito,

a renascer por entre amores de mentiras?

Às vezes penso que o amor não mais existe,

que é fantasia dum poeta insano e triste

que chora rimas pelas noites consteladas!

É quando a angústia dentro d'alma se me adentra,

estrangulando o coração em dor sangrenta,

nesta saudade de almas gêmeas separadas!

Procuro, em vão, pelas estrelas nosso amor

que se perdeu nos escaninhos desta dor,

em longa espera neste céu sem dimensão!

Mas na certeza de seguir no rumo norte,

buscando a vida que se segue após a morte,

eu te acompanho nos teus versos de emoção!

Então eu sinto que este amor existe sim,

é doce sina que do berço habita em mim,

é força estranha que carrego de outra esfera!

E fito o céu a reluzir em negro e prata

a me envolver na luz azul que te retrata

emoldurando de ternura esta quimera!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 02/05/2005
Reeditado em 10/05/2011
Código do texto: T14407
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