Correnteza
Correnteza
Sou filha da correnteza,
Eu, que não sei remar...
Sou escrava da beleza
Inconstante do mar...
Não tenho senão o vento,
Pra longe a me levar,
E esse pressentimento
Esse vazio cor do mar.
E,o velho barco do tempo,
Das ondas vai ao sabor
Não respeita sentimento,
Não conhece o amor...
Pois da vida o oceano
A se quebrar na areia,
pode trazer desenganos
Nas mãos de uma sereia...
Por isso nada pergunto,
calada me deixo levar
Quem sabe cheguemos juntos
A outras praias,outro mar?