A CARNE E A ALMA

A faca corta a carne

A fresta viva abre

E vaza junto ao sangue,

A alma sofrida.

A dor da alma,

Lancinante,

É mais forte

Que a dor da carne

Quase morta.

A dor da porta aberta

A fuga da esperança

Toda a lembrança

Algoz e ardida

Rompe a ferida

A carne sofre imediata

No tempo do tempo

A alma? Por toda a vida

Pois cicatrizada a chaga

Da faca faminta

Resta o corte d’alma

Que nunca sara

Só adormece, hiberna;

Vive e revive

Em sobressaltos

De ilusões furtivas

Nas noites frias

De solidão cativa.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 13/02/2009
Código do texto: T1438036
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