Desistência
Caminhar sem pés alinhados
Pelas ruas nuas, sem colorido,
Faz-me ver uma sombra ao seu lado
Imenso, curvado homem sofrido.
Olhos presos, diante do fato,
Em pardas janelas sem brilho,
Amedrontados pelo que enxergam
Em tons de cinza esmaecido.
Vida destruída, sem volta.
Cumpra-se amargo destino
Cada rumo, teia de espinhos
Cada teia, esperança fugindo.
Erga-se nesta carne que lhe cobre
Liberte-se desta sombra que esconde
Cores que nos transformam em arte
Arte que nos transforma em “Homens”!
Quero que caminhe comigo
Pelas ruas nuas, mas coloridas,
Quero distantes dos olhos esta sombra
Das janelas, só amor, em abafados gemidos.
Levante-se homem!
Nunca é hora de desistência
Lutemos contra este peso morto
Salvemos nossa existência!