Beleza Maldita
Beleza infinita... Que do vidro contemplo sem poder tocar...
Beleza ínfima a menor parte... Já me dominou...
Beleza máxima a maior parte... Esta me consumiria...
Esta beleza ... Que em ti carregas que dela usas sem mais pudor...
Se por maldade se por querença... Não julgo nada... Não vou dizer...
Essa beleza e sedução... Que com candura e displicência me faz refém em meu coração.
Que estou preso... E não me soltas nunca... Que me castigas... Que me acomete.
Pra que provocas... Pra que procuras... Pra em angustias poder me ver?
Se hoje passo esse sufoco... Se hoje vivo em aflição...
Tu me exilaste... Depois voltastes... Me entregastes depois tomastes ...
Sacrificado... Ainda vivo... Ainda peno... Só por penar...
Não me atrevo... Não poderia... A tua beleza em tal pureza, querer manchar...
A que me tomas ó bela dama... Se essa barreira eu já desmancho...
Se esse muro... Eu derrubar... Eu ultrapasso todas as pontes... Caminho livre por sobre os montes
Chego cansado... Ainda inteiro... Ao meu destino o derradeiro... Em seus braços me aninhar.
Se eu consigo... Se me deleito... Não mais acordo deste meu sonho... Não mais levanto desse meu leito...
Não quero mais realidades ... Não quero mais coisa nenhuma...
Terei prazer em meus tormentos... Terei amor sem mais lamentos... Serei bem mais que mera escrita...
Terei Beleza... Sua beleza... Essa beleza, Maldita.