POEMA INSANO

Sem metáfora,

sem alegoria,

na mais torta assimetria,

no arranjo da disritmia,

vou rasgando a harmonia,

fluindo uns versos

roucos.

Sem mote,

sem deidade,

na maior liberdade,

sem qualquer cumplicidade,

vou buscando a novidade,

arriscando sentidos imersos,

poucos.

Sem intenção,

sem provocação,

com toda a simplicidade,

nas raias da insanidade,

vou tentando achar a verdade,

fazendo poemas tersos,

loucos.

Lina Meirelles

Rio, 12.02.09